16 de março de 2008

Nosso futuro a longo prazo

Tudo começou quando... bom, não dá de dizer quando tudo começou, mas vamos partir dos escritos disponíveis para analisar as nossas mudanças e nosso rumo. A sociedade passou por várias grandes mudanças, revoluções que transformaram o modo como ela se ajeita. As principais dessas serviram de motivo para separarmos as eras: tomamos por exemplo a passagem para a Idade Contemporânea, marcada pela Revolução Francesa, que foi uma revolta do povo, que não estava contente com a situação que tinham. Meu ponto é esse: todas as revoltas acontecem porque alguém não está satisfeito, sempre a parte oprimida, o povo.

Nossa sociedade atual provavelmente é melhor para todas as pessoas, em média, do que as antigas, mas enquanto existir insatisfação, não estará em equilíbrio, isto é, sempre haverá a possibilidade de uma grande ruptura, uma nova mudança. Para quem está vivendo agora, pode parecer que já estamos em uma sociedade estável que poderia perdurar para sempre sem grandes mudanças, mas assim também deveriam pensar os gregos que tiveram séculos de paz (muito mais que a gente já conseguiu atualmente). Reviravoltas acontecerão sempre que parte das pessoas estiver insatisfeita.

Então como vai ser? Infinitos períodos de dominação e nova quebra? Existe outra possibilidade. Quem já leu Admirável Mundo Novo, imagina do que estou falando. Quem não leu, LEIA. Imagine uma sociedade qualquer (vou tentar não copiar a do livro) em que as pessoas são satisfeitas. Talvez existam classes sociais, talvez não, mas independente disso, as pessoas aceitam seus lugares. Isso poderia acontecer por dominação mental, como forte propaganda convincente, alguma espécie de lavagem cerebral. Essa é a principal chave para o equilíbrio sustentável da sociedade. Talvez as pessoas tenham que trabalhar, talvez não. Os detalhes podem variar, só é preciso, de algum modo, estacionar as coisas. A ciência poderia parar, livros não mais seriam escritos, não seria necessário ter conhecimento histórico nem medições do tempo. A sociedade seria atemporal e, assim, infinita. Alcançando esse estágio, aí ficaríamos para toda a eternidade, até quem sabe o dia em que o planeta encontre seu fim.

A princípio, pensamos “por que isso aconteceria?”. Mas imagine a sociedade como um indivíduo se propagando através dos anos, cada reviravolta sendo uma mutação genética. Já que as revoluções acontecerão sempre que parte das pessoas estiver insatisfeita, elas acontecerão para sempre, só parando se atingirmos a sociedade equilibrada de que falei. Pode parecer muito improvável, mas como o surgimento da vida complexa, terá tanto tempo para sofrer mutações que uma hora resultará no produto final, nesse caso, a sociedade atemporal infinita.

Isso pode demorar milênios, ou quem sabe apenas 100 anos. Não temos como saber. Devemos é aproveitar a imperfeição da nossa vida. O sofrimento nos torna humanos, nos dá a liberdade de decidir. Quando estivermos eternamente felizes, não teremos mais decisões, ficaremos parados. Teremos nos passado a perna, acabado com nosso próprio livre-arbítrio.

4 comentários:

Anônimo disse...

Para que se contentar se podemos ter algo melhor? Digo que vale a pena lutar. O valor da luta, é claro, igual a beleza do sonho bom.

Fora que para a maior parte dos seres humanos, o sofrimento torna-se essencial e útil, pois pontecializa as pessoas a desejar algo melhor.

Por isso não concordo com a acomodação.

Viva a revolução :P

Feppas disse...

Ninguém concorda com a acomodação por que há coisas ruins no mundo, quando as ciências evoluirem a tal ponto que as doenças sejam completamente controladas, e quando os países se acertarem e não houver mais miséria e guerras e afins, aí o mundo nunca mais irá mudar, por que não vai ter o que mudar

JV disse...

sempre haverá o que mudar, jovem padawan

João Gabriel disse...

Sempre haverá o que mudar, mas um dia as pessoas não vão querer mudar. E eu digo isso supondo que o tempo é quase indeterminado, uma hora vai haver uma situação de estagnação final. Claro que isso vai contrariar nossa natureza, mas somos muito mais que instinto.