29 de agosto de 2008

Amarga

Se todos tivessem seu botão de auto-destruição — quem sabe seu dente falso de cianureto como a velha guarda da KGB —, a humanidade estaria perdida.

24 de agosto de 2008

O movimento dominó

A reunião dos velhinhos na praça para o dominó de cada dia. “Caí em um wormhole¹ e voltei no tempo”. Bom, não exatamente. Ao fundo, a gritaria melancólica da cidade de médio porte no país subdesenvolvido, junto aos prédios de riqueza e modernidade em uma corrida ao céu, provavam que eu continuava nesta época doida.

Ainda assim, o jogo paciente daqueles que abdicaram ao século XXI; um refúgio onde os relógios permaneceram funcionais, contrariando a incansável aceleração dos nossos. Ali, a guerra é paz, como imaginou Orwell²: sua guerra é de minorias, é dissidente; porém, é apenas a calma em seus olhos, a risada verdadeira da piada sobre um político honesto ou o bêbado caricato.

Meu alter-ego revolucionário e engajado captou em um instante o protesto que se via: no coração da cidade, aquele grupo subversivo jogava tranqüilo, conversava sobre trivialidades, sem metas nem horários. E dizem que os jovens é que são rebeldes!


¹Pausa para a ciência: Buracos de minhoca, mais conhecidos como wormholes, são idealizações teóricas — isto é, devaneios não provados de cientistas — que permitiriam viagens no tempo, porque seriam atalhos no espaço, como um túnel por baixo de uma alta montanha, que nos permitiria passar em um tempo muito menor. Grande distância em pouco tempo significa velocidade enorme (v = d/t), até maior que a da luz, proporcionando a possível volta no tempo.

²Pausa para a cultura: George Orwell, no livro 1984, criou uma sociedade extremamente reprimida pelo Governo. Este tinha três lemas: Guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força. É uma demonstração do duplipensar, a capacidade de acreditar em duas coisas contraditórias, que livrava o Estado opressor da revolta popular.

23 de agosto de 2008

A luta midiática

A revista Veja publicou, semana passada, uma matéria sofrível sobre a ideologização do ensino no País, abertamente reacionária e panfletária. Aqui: http://veja.abril.com.br/200808/p_076.shtml

Porém, não sei nem se é o caso de ficar irritado com a parcialidade crescente da revista. O que a reportagem nos mostra é, na verdade, os neoconservadores desesperados, clamando aos leitores direitistas da Veja que reclamem nas escolas pela exposição sobre as verdades do que eles defendem. Suas críticas são fraquíssimas, emboladas até. Qualquer estudante ou pessoa interessada nos assuntos atuais pode rebatê-las. É incrível como toda semana ainda lê-se comentários como "agradeço à revista pela imparcialidade e por mostrar a verdade brasileira" etc. etc. Concordando ou não, é impossível defender que suas reportagens são justas! "Leu na Veja? Azar o seu!"

Aqui, algumas respostas interessantes à matéria:
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/o-jornalismo-medieval-de-veja/
http://clioinsone.blogspot.com/2008/08/educao-brasileira-sob-tica-de-veja.html

18 de agosto de 2008

Batalha das citações I

Se Deus não existe, tudo é permitido. (Fiódor Dostoiévski)

Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível. (Albert Einstein)

Vitória: Einstein

Deus não joga dados. (Albert Einstein)

Buracos negros mostram que, não apenas Deus joga dados, mas ele às vezes nos confunde os jogando onde não podem ser vistos. (Stephen Hawking)

Vitória: Hawking

A vida seria trágica se não fosse engraçada. (Stephen Hawking)

Vida? Não venha me falar sobre vida. (Marvin, o andróide)

Vitória: Marvin

12 de agosto de 2008

Versinhos do XXI

Nem redshifting, nem ruído de fundo,
Não impedem minha mente símea de duvidar
Que só surfamos na borda de uma explosão singular
Em qualquer canto sem referencial do mundo.