21 de setembro de 2008

Deus e Deus

Trecho do duplamente fantástico (ótimo e fantasioso) livro Incidente em Antares:

— Eu quisera acreditar em Deus e na vida eterna. Mas não posso. Nunca pude. Mas acredito nesta vida. E como! Tenho esperança num futuro melhor para nossa terra, para o mundo. Quero que meu filho nasça, cresça e viva para participar desse mundo.
— Isso é religião — disse-lhe baixinho. — Você diz que não acredita em Deus, mas vejo que acredita em todos os seus pseudônimos.

O primeiro falante é um defensor dos direitos humanos e da liberdade que foi morto pela polícia que o interrogava acusando-o de comunista; o segundo é um padre defensor dos oprimidos, algo meio Teologia da Libertação.

Quisera eu, como ateu, que o ideário ao redor de Deus fosse mesmo esse descrito pelo padre esquerdista. Deus sendo apenas amor ao próximo, luta por um futuro melhor, paz e direitos aos seres. Pessoa alguma no mundo precisaria escrever um livro propagandeando o ateísmo, pois o efeito do suposto Deus seria algo infinitamente bom, ao contrário da discriminação, separação entre povos e manipulação que ele traz na vida factual.

Aos religiosos: mais Deus, menos religião! E viva a liberdade de crença ou ausência dela.

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo plenamente, joãozinho. Parabéns pelo texto.

Feppas disse...

Isso me lembra aquele ótimo episódio de South Park que a gente viu na sua casa, que um cara é mórmon, aí o Cartman zoa ele porque a religião dele faz ele ser todo carinhoso com os pais e legal com os outros aí ele fala um negócio tipo "Você tá me criticando por causa da minha religião, mas se ela prega que eu devo ser legal e respeitar os outros qual é o mal nisso? Vai se foder!" (era South Park, dêem um desconto)